PRONÚNCIA ACÚSTICO - É O FIM?
Geralmente, os shows acústicos são reservados às bandas que têm muita história ou que, em breve, se aposentarão ou darão um tempo...
Foi por volta das 15h00, Elienai contactou Hugo Pezatti:
Foi por volta das 15h00, Elienai contactou Hugo Pezatti:
- Vocês fazem acústico? Estou precisando de uma banda.
A frase veio de repente e, juntamente com ela, um pensamento: Pronúncia acústico? Hugo respondeu agradecendo ao convite e abriu o jogo: disse que seria uma nova experiência e que não saberia se o resultado seria bom ou não. Se propuseram a ensaiar e, se ficasse legal, fariam o acústico. Porém, Elienai insistiu:
- Sábado agora. Dia 29!
Aquela tarde era uma quarta-feira, dia 26 de janeiro. Ou seja: além de ter que fazerem um show acústico que nunca imaginaram, teriam que fazê-lo em cima da hora e sem ensaio. Mas, no fim das contas, resolveram encarar o desafio. Este é o espírito Pronúncia. Além do que, tudo vale como aprendizado. Mesmo porque, Elienai, assim como o Tirso e o próprio Experience, depositam uma fé na Pronúncia. Eles confiam nessa banda. Por que não tentar?
Outra questão a respeito desse assunto é o profissionalismo dessa banda - que não desapontou Elienai e o Experience. Elienai finalizou:
- Vocês têm OMB? É que a fiscalização está no meu pé.
- Sim. Temos - respondeu Hugo.
Que venha o acústico!
por HUGO PEZATTI
26 / janeiro / 2011
26 / janeiro / 2011
O PÓS-SHOW...
Será que nos cobramos demais? Levantamos esta questão, pois acontecem coisas que ainda não conseguimos entender, apesar dos 15 anos de músico de cada um dos integrantes da Pronúncia.
Inicialmente, São Pedro estava prejudicando o evento. Não havia ninguém no horário em que a Pronúncia subiu ao palco para fazer o seu 1º acústico (pelo menos era a ideia). Salvo duas namoradas, dois barman e um senhor. Em shows vazios assim, dá a vontade de tocar logo e ir embora o mais rápido possível.
Começamos o show.
O nosso acústico foi uma guitarra menos distorcida e uma bateria bem leve, além de versões de músicas agitadas - como Antítese e Cobrança. E para quebrar o gelo, tiramos Another Break In The Wall (Pink Floyd) que foi fruto de uma experiência improvisada de um show em Votuporanga-SP (18 dezembro 2010). Neste show, o Rodolfo começou o Pink Floyd e eu e Matheus entramos na onda. A experiência foi agradabilíssima. Ser banda 100% cover não é (e nunca foi) a proposta da Pronúncia, mas homenagear os grandes mestres do rock é muito gratificante. Nessa toada de gratidão, deixamos na manga o já citado Another Break In The Wall para o acústico, além de Come as Are e About a Girl (ambas do Nirvana) e Metamorfose Ambulante (Raul Seixas).
Por fim, acabamos por executar todas estas músicas e mais dois improvisos: Até Quando Esperar (Plebe Rude) e Love Me Two Times (The Doors). Eis o porque: de fato nos convencemos que existem casas em que não se vinga bater na tecla do só cover. Como disse o Rodolfo: é dar murro em ponta de faca. Mesmo porque, "malemá" fizemos um único ensaio para transformar nossas músicas em algo acústico. Salvo as músicas do próximo álbum (ainda em criação), o restante do repertório eram músicas do Pronúncie-se e, pronunciar o Pronuncie-se acusticamente é uma tarefa difícil. A casa (Experience) é excelente, mas a proposta da Pronúncia nã bate com a da casa se não houver uma adaptação. Desta maneira, adaptamos o show da Pronúncia a casa e a casa ao show da Pronúncia.
Com isto nós ficamos um pouco desconfortáveis e inseguros, afinal, as versões acústicas da Pronúncia saíam de improviso e os cover não eram o nosso forte. Para piorar, o espaço aberto molhava parte do ambiente com a chuva que caia, fazendo o pequeno público (que chegava aos poucos) ficar a uns 10 metros do palco. Particularmente, eu não via a hora de acabar o show e voltar para o meu nicho. Mas eis a surpresa: após o show, tanto o público quanto os donos do bar gostaram da banda! (E me pareceu de verdade). Até as namoradas falaram que a banda estava boa (quando não melhor). A casa gostou tanto que inclusive remarcou mais um show e queria marcar mais dois. Vá entender....
Será que nos cobramos muito?
por HUGO PEZATTI
30 / janeiro / 2011
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EXPECTATIVAS NADA FORA DO COMUM
Este ano fizemos alguns shows muito esperados por nós. Posso citar a mini-tour na região metropolitana de Belo Horizonte, a gravação do DVD no EXPERIENCE e um mais recente, feito no OUTS na cidade de São Paulo. Tais shows foram marcados por grandes palcos e grandes cidades (a exceção de Novo Horizonte), porém, estou apreensivo com relação ao próximo show – que será no dia 08 de outubro, em Mirassol.
São dois os motivos de minha apreensão... Primeiro porque voltarei a tocar em um palco escolar. Há quanto tempo não piso em um palco desses? E outra... Será como voltar no tempo... Na época em que eu era o baterista da Nevrose (banda que me acompanhou dos 14 aos 19 anos), da qual o Rodolfo era o guitarrista. Bons tempos esses... E que não vão voltar.
O segundo motivo está ligado ao impacto desse show. Como alguns já perceberam, nossas letras não são lá tão fúteis (pelo menos quero pensar que não) e nosso som, apesar de simples, bem arranjado ao estilo anos 90 (da época da Nevrose). E assim, não sei como o público reagirá. Talvez umas palmas ou talvez o silêncio ou talvez uma mistura de tudo, pois será uma noite especial, onde o evento reunirá alunos, professores, direção, funcionários e também os pais dos alunos.
Será mais um teste de ferro para a Pronúncia. Mas estamos acostumados. Só levamos cacetadas ao longo de nossa história e não será diferente pelos próximos 27 anos...
por HUGO PEZATTI
10 / setembro / 2010
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NOTÍCIAS DO PARANÁ
Poucos da geração 80 ou 90 o conhecem. Seus 54 anos de rock foram castigados por uma juventude “proibida de acessar” instrumentos musicais (vide em “Do interior para fora...”, pf.11). Porém, na compensação, os vinís amanhecidos tantas vezes eram o refúgio de Sinva.
Este homem viveu e vive como ninguém o lema “sexo, drogas e rock n´roll”. Ele pede o som, a “jam session” e evoca os deuses do rock em todos os dias que o vejo. É um rockerman autêntico, original da época, um clássico.
Assistindo ao ensaio da banda de seu filho – o guitarrista Rodolfo - Sinva foi pego de surpresa. Após atender a uma ligação, o baterista Hugo quase que fatalmente admitiu Sinva no carro que partiria dia seguinte à cidade de Campo Mourão, no Paraná. Seus olhos azuis brilharam! Seria o que mais próximo poderia chegar (em vida) ao Woodstock de 1969!
Mais uma vez castigado por uma época, Sinva aludiu ao “Homem das Grades” e, preso por razões pessoais da terra e da família, sucumbiu ao anseio do festival no Paraná. Lamentando a fatídica dispensa da convocação, Sinva entoou palavras que fazem dele louco para uns e deus para outros: “Como eu não fiquei sabendo antes? Como não divulgaram? Cadê a divulgação? Cadê a televisão, o rádio, os cartazes? Como isso não chegou até aqui? Cadê o som?” - para que você entenda, na cabeça de Sinva o som é a energia da vida, e o rock é quem rege o som. Nada mais importa. Só o som. O rock.
Na transcedentalidade de Sinva, um evento dessa magnitude teria que chegar até as pessoas, pois o som é a vida e o rock é o único que pode desprender as pessoas do caos apático em que elas vivem e nem percebem. Inconformado, Sinva lamentou a falta de articulação das informações “prestáveis” e deixou o recinto - após uma breve conversa (de três garrafas) com Rodolfo e Hugo no buteco mais próximo.
Loucura de Sinva? Mais umas de suas viagens? Não...
O mini-Woodstock mouraense (1º M.U.M. Rock Festival) contaria com 14 bandas que iniciariam o espetáculo às 18h00 do sábado, 07 de agosto de 2010. Com exceção da Pronúncia (SP), todas as bandas eram do Paraná. Algumas de Campo Mourão e outras de Maringá, Cianorte, Araruna e Curitiba. Umas bandas autorais e outras “discotecando” covers.
Quando cheguei – e isto era por volta das 23h00 – fazia frio. Mas nem tive tempo de senti-lo, pois enquanto esperava os outros saírem do carro, escutava a banda Yoga que já estava no palco. Apressando a galera fui até o local. O público estava numeroso (em relação ao amplo espaço), mas tirando a folga entra uma pessoa e outra, o lugar fervia. O palco estava escuro e esfumaçado; o lugar estava escuro esfumaçado. Ah sim! Parece que a lei paulista de não permitir fumar em ambientes fechados não chegou ao Paraná. Pelo menos ainda. E, sim, apesar de o evento ser na chácara, o palco estava montado em um salão.
A Yoga tocava, os músicos estavam lá, mas cadê o Glaycon (vocal)? Aproximando-me do palco de meio metro de altura pude vê-lo sentado, com as pernas cruzadas; uma delas tocava o chão e a outra se debruçava carinhosamente, como se Glaycon fosse um explanador convicto de suas teorias ou críticas de bossa nova. Pensei ser mais uma de suas loucuras – o cantar sentado. Talvez ele estivesse bêbado demais e zonzo. Enfim. Passou-se uma, duas, três, quatro, cinco músicas, porra, o show inteiro! O que houve?
Minutos antes de eu chegar, Glaycon havia dado um mosh (moshe) e caiu de mau jeito. Péssimo jeito. Quebrou a perna! E o cara ali depois fazendo o show sentado e foda-se! Digno de Woodstock. Digno de Sinva. “Cadê a televisão?”.
Passado esse choque, no intervalo do show da Yoga um cabeludo atravessou o salão correndo rumo às gramas da chácara. Vomitava forte, mas não saia nada. O pouco que saía era verde-amarelado e amargo: a bíli. O cara ficou verde, fraco, e foi se deitar no carro que o trouxera. Não! Ele não estava bebendo! Não era efeito do álcool. Ele estava a serviço do evento. Era baterista de uma das bandas que ia tocar. No longo caminho até Campo Mourão, aventurou-se em uma coxinha de estrada e dizem que o óleo da danada foi a causa da desgraça. Já havia vomitado duas ou três vezes no trajeto e por isto, desta última vez, só saíra a bíli.
Uma hora depois esse cabeludo ainda verde e adoentado estava no palco montando sua batera. Eis que surgem as primeiras baquetadas e o atrevido não me esqueceu que estava ruim? Isto deve ter causado uma má impressão para as demais bandas, pois temendo não ter condições de tocar, a organizadora do evento antecipou seu show colocando-o na frente de uma outra banda. E, se para conseguir isto a organizadora falou a verdade, os integrantes da outra banda devem ter achado estranho o homem verde ter tido força para rasgar a pele do bumbo logo na segunda canção... “Nossa! Que saúde!” – devem ter pensado. E que saia justa deve ter ficado a organizadora...
E “que bosta” devem ter pensando os outros. O show e o evento fervia quando a Pronúncia subiu no palco, mas o bumbo furando logo no segundo som foi o mar vermelho fechando em cima dos egípcios. Improvisos ainda foram feitos colocando o pedal da bateria mais pra lá e depois mais pra cá, mas o rombo na pele do surrado bumbo crescia a cada pisada e duas músicas depois fora inevitável parar de tocar. A Pronúncia estava fora e o evento congelado no frio mouraense e no tempo.
Outro bumbo chegou uma hora depois, mas não pude ficar até o fim do evento, pois eu e a minha expedição não queríamos incomodar o nosso anfitrião (que já se tinha ido e) que num terceiro ou quarto gesto de bondade preparou um colchão e dois sofás para nos esticarmos e, enfim, descansarmos das horas e horas de viagem.
O mini-Woodstock de Campo Mourão foi digno de Sinva e do rock n´roll (“cadê a televisão?”), já por aqui em S. J. Rio Preto-SP, só seguranças provocando e espancando o bêbado no Vila Dionísio. Coisa feeeeia...
Este homem viveu e vive como ninguém o lema “sexo, drogas e rock n´roll”. Ele pede o som, a “jam session” e evoca os deuses do rock em todos os dias que o vejo. É um rockerman autêntico, original da época, um clássico.
Assistindo ao ensaio da banda de seu filho – o guitarrista Rodolfo - Sinva foi pego de surpresa. Após atender a uma ligação, o baterista Hugo quase que fatalmente admitiu Sinva no carro que partiria dia seguinte à cidade de Campo Mourão, no Paraná. Seus olhos azuis brilharam! Seria o que mais próximo poderia chegar (em vida) ao Woodstock de 1969!
Mais uma vez castigado por uma época, Sinva aludiu ao “Homem das Grades” e, preso por razões pessoais da terra e da família, sucumbiu ao anseio do festival no Paraná. Lamentando a fatídica dispensa da convocação, Sinva entoou palavras que fazem dele louco para uns e deus para outros: “Como eu não fiquei sabendo antes? Como não divulgaram? Cadê a divulgação? Cadê a televisão, o rádio, os cartazes? Como isso não chegou até aqui? Cadê o som?” - para que você entenda, na cabeça de Sinva o som é a energia da vida, e o rock é quem rege o som. Nada mais importa. Só o som. O rock.
Na transcedentalidade de Sinva, um evento dessa magnitude teria que chegar até as pessoas, pois o som é a vida e o rock é o único que pode desprender as pessoas do caos apático em que elas vivem e nem percebem. Inconformado, Sinva lamentou a falta de articulação das informações “prestáveis” e deixou o recinto - após uma breve conversa (de três garrafas) com Rodolfo e Hugo no buteco mais próximo.
Loucura de Sinva? Mais umas de suas viagens? Não...
O mini-Woodstock mouraense (1º M.U.M. Rock Festival) contaria com 14 bandas que iniciariam o espetáculo às 18h00 do sábado, 07 de agosto de 2010. Com exceção da Pronúncia (SP), todas as bandas eram do Paraná. Algumas de Campo Mourão e outras de Maringá, Cianorte, Araruna e Curitiba. Umas bandas autorais e outras “discotecando” covers.
Quando cheguei – e isto era por volta das 23h00 – fazia frio. Mas nem tive tempo de senti-lo, pois enquanto esperava os outros saírem do carro, escutava a banda Yoga que já estava no palco. Apressando a galera fui até o local. O público estava numeroso (em relação ao amplo espaço), mas tirando a folga entra uma pessoa e outra, o lugar fervia. O palco estava escuro e esfumaçado; o lugar estava escuro esfumaçado. Ah sim! Parece que a lei paulista de não permitir fumar em ambientes fechados não chegou ao Paraná. Pelo menos ainda. E, sim, apesar de o evento ser na chácara, o palco estava montado em um salão.
A Yoga tocava, os músicos estavam lá, mas cadê o Glaycon (vocal)? Aproximando-me do palco de meio metro de altura pude vê-lo sentado, com as pernas cruzadas; uma delas tocava o chão e a outra se debruçava carinhosamente, como se Glaycon fosse um explanador convicto de suas teorias ou críticas de bossa nova. Pensei ser mais uma de suas loucuras – o cantar sentado. Talvez ele estivesse bêbado demais e zonzo. Enfim. Passou-se uma, duas, três, quatro, cinco músicas, porra, o show inteiro! O que houve?
Minutos antes de eu chegar, Glaycon havia dado um mosh (moshe) e caiu de mau jeito. Péssimo jeito. Quebrou a perna! E o cara ali depois fazendo o show sentado e foda-se! Digno de Woodstock. Digno de Sinva. “Cadê a televisão?”.
Passado esse choque, no intervalo do show da Yoga um cabeludo atravessou o salão correndo rumo às gramas da chácara. Vomitava forte, mas não saia nada. O pouco que saía era verde-amarelado e amargo: a bíli. O cara ficou verde, fraco, e foi se deitar no carro que o trouxera. Não! Ele não estava bebendo! Não era efeito do álcool. Ele estava a serviço do evento. Era baterista de uma das bandas que ia tocar. No longo caminho até Campo Mourão, aventurou-se em uma coxinha de estrada e dizem que o óleo da danada foi a causa da desgraça. Já havia vomitado duas ou três vezes no trajeto e por isto, desta última vez, só saíra a bíli.
Uma hora depois esse cabeludo ainda verde e adoentado estava no palco montando sua batera. Eis que surgem as primeiras baquetadas e o atrevido não me esqueceu que estava ruim? Isto deve ter causado uma má impressão para as demais bandas, pois temendo não ter condições de tocar, a organizadora do evento antecipou seu show colocando-o na frente de uma outra banda. E, se para conseguir isto a organizadora falou a verdade, os integrantes da outra banda devem ter achado estranho o homem verde ter tido força para rasgar a pele do bumbo logo na segunda canção... “Nossa! Que saúde!” – devem ter pensado. E que saia justa deve ter ficado a organizadora...
E “que bosta” devem ter pensando os outros. O show e o evento fervia quando a Pronúncia subiu no palco, mas o bumbo furando logo no segundo som foi o mar vermelho fechando em cima dos egípcios. Improvisos ainda foram feitos colocando o pedal da bateria mais pra lá e depois mais pra cá, mas o rombo na pele do surrado bumbo crescia a cada pisada e duas músicas depois fora inevitável parar de tocar. A Pronúncia estava fora e o evento congelado no frio mouraense e no tempo.
Outro bumbo chegou uma hora depois, mas não pude ficar até o fim do evento, pois eu e a minha expedição não queríamos incomodar o nosso anfitrião (que já se tinha ido e) que num terceiro ou quarto gesto de bondade preparou um colchão e dois sofás para nos esticarmos e, enfim, descansarmos das horas e horas de viagem.
O mini-Woodstock de Campo Mourão foi digno de Sinva e do rock n´roll (“cadê a televisão?”), já por aqui em S. J. Rio Preto-SP, só seguranças provocando e espancando o bêbado no Vila Dionísio. Coisa feeeeia...
por HUGO PEZATTI
publicado em 11 / agosto / 2010
fonte: www.radiocanalha.blogspot.com
